Depois das comemorações, a triste realidade!

Passado o momento do marketing político, onde os discursos costumam ser fantasiosos e descompromissados com a realidade, descemos ao mundo real. Nesse mundo não existe espaço para fantasias, os problemas são reais e são sentidos por todos os mortais. Não tem como ignorá-los, sob pena da população ter que pagar com juros, a conta que costuma ser muito salgada.

Aliás, a prática de esconder problemas foi observada nesse governo. A proximidade da eleição gerou preocupação em relação aos indicadores não exitosos, alimentando estratégias perversas ao sistema econômico. O caso da gestão artificial do preço da gasolina, para combater a inflação, gerou graves problemas financeiros à Petrobrás e impôs forte quebradeira ao setor sucroalcooleiro, que viu o etanol perder competitividade, dado o rebaixamento do preço da gasolina. No caso da energia elétrica, a redução artificial do preço para os consumidores criou problemas de caixa para as empresas de distribuição e inibiu o investimento no setor. Recursos públicos entraram em ação para evitar maiores problemas.


Importante observar que a inflação não se abateu frente as medidas tomadas, já que outros fatores que a alimentam foram ignorados. O caso da ampliação da demanda, por conta dos programas sociais, sem a respectiva ampliação da oferta, se caracterizou num grave problema. A inflação continuou numa trajetória ascendente neste ano. Veja a trajetória da inflação no gráfico.
Se a inflação está em alta, o emprego desacelera fortemente. No período de janeiro a setembro deste ano foram gerados 730.123 empregos no país, contra 1.037.752 empregos no mesmo período do ano passado, ou seja, uma redução de  29,4% em 2014.

Para piorar a situação, as contas do balanço de pagamentos não fecham. O saldo de transações correntes foi deficitário em US$ 54,8 bilhões no período de janeiro a agosto. No campo comercial, a diferença entre exportações e importações também é crítica. O saldo acumulado no período de janeiro a setembro  foi deficitário em US$ 0,7 bilhão.

Concretamente, não resta dúvidas de que as estratégias baseadas no incentivo à demanda, tais como: desoneração de impostos, subsídios, flexibilização de encargos sociais e  transferência de renda, não apresentaram os impactos esperados. O saldo em transações correntes é deficitário, a inflação é ascendente, o crescimento do Produto Interno Bruto - PIB é quase nulo, o saldo da balança comercial é deficitário, o emprego está desacelerando, o investimento é baixo e existe uma real crise de confiança. Quer dizer, no curto prazo a situação é dramática.

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