IPCA acelera em setembro e ultrapassa teto da meta em 12 meses
RIO
Valor Econômico
(Atualizada às 10h27) O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,57% em setembro, mais do que o dobro da taxa vista em agosto, de 0,25%, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro do ano passado, o IPCA avançou 0,35%.
Com isso, a variação acumulada em 12 meses atinge 6,75%, acima do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC), que é 6,5%. Foi a maior inflação em 12 meses registrada desde outubro de 2011 (6,97%).
De janeiro a setembro, a inflação oficial é de 4,61%, também acima do verificado nos nove primeiros meses do ano passado, quando o IPCA aumentou 3,79%.
Setembro
O IPCA de setembro ficou acima da média apurada pelo Valor Data junto a 19 consultorias e instituições financeiras, de 0,47%, e também acima do teto do intervalo das estimativas, que variou de 0,43% a 0,49%.
A forte alta do indicador oficial de inflação foi puxada por alimentação e bebidas, que teve alta de 0,78% no período. Com peso de 24,73% no IPCA, essa classe de despesa é a mais importante no orçamento das famílias e teve impacto de 0,19 ponto percentual no indicador de setembro. Desta forma, foi responsável por um terço da inflação do mês.
O IPCA apura a inflação para as famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, qualquer que s eja a fonte. A pesquisa abrange 13 localidades, 11 delas regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Belém, Brasília e Vitória - além das cidades de Goiânia e de Campo Grande.
Serviços
A inflação dos serviços acelerou em setembro, marcando taxa de 0,77%, de 0,59% em agosto, de acordo com o IBGE.
As passagens aéreas, que subiram 17,85%, voltaram a pesar no orçamento e foram o segundo maior impacto no IPCA do mês, ou 0,07 ponto percentual.
Outros itens que aumentaram nos serviços foram alimentação fora de casa (de 0,71% para 0,81% de agosto a setembro), mão de obra (0,66% para 1,04%), clube (de 0,02% para 0,77%) e hotel (-10,13% para 0,81%).
Chama atenção também a alta dos serviços relacionados a automóveis, como seguro (-0,32% para 0,41%), conserto (de 0,45% para 1,35%), lubrificação e lavagem (-2,00% para 4,16%), pintura (-1,96% para 1,92%) e aluguel (-1,06% para 0,86%).
Monitorados
Ao contrário dos serviços, os preços monitorados, ou administrados, desaceleraram, de 0,51% para 0,40% entre agosto e setembro. Em 12 meses, eles sobem 5,32%.
Entre as baixas estão taxa de água e esgoto (de 1,46% para -0,45%), ônibus interestadual (0,23% para -0,44%), gasolina (0,30% para -0,07%) e telefone público (1,02% para -0,87%), entre outros.
INPC
O IBGE também informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,49% em setembro, de 0,18% em agosto. Em setembro de 2013, o indicador teve alta de 0,27%. No acumulado do ano até setembro, o INPC subiu 4,62%, acima da taxa de 3,61% relativa a igual período do ano passado.
No acumulado em 12 meses até setembro, o indicador teve alta de 6,59%, indicando avanço em relação aos 12 meses anteriores, quando ficou em 6,35%.
O INPC se refere às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos que vivem nas mesmas regiões metropolitanas e capitais pesquisadas no IPCA.
(Diogo Martins e Ana Conceição | Valor).
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