Análise da relação receita de royalties / emprego nos municípios produtores de petróleo na RNF

Levando em consideração a receita acumulada de royalties a cada ano (valores em R$1.000) nos municípios produtores de petróleo da Região Norte Fluminense e relacionando-a ao saldo acumulado de emprego gerado anualmente em cada município, analisamos a dinâmica econômica desses sistemas econômicos, já que, teoricamente, esses recursos deveriam fomentar investimentos públicos e privados, cujo reflexo se daria imediatamente na geração de novos empregos. Para isso, levantamos as receitas a cada ano (em 2009 computamos até novembro) e relacionamos ao saldo de emprego gerado (em 2009 o saldo acumulado compreende o período janeiro/outubro) e calculamos um índice para cada município. O índice, quanto menor ele for melhor é a condição do município, já que representa uma melhor produtividade dos recursos, em função do maior número de emprego relativo por unidade monetária.

Neste caso, o sistema econômico de Campos dos Goytacazes mostra a sua força econômica mantendo uma certa estabilidade em 2006, 2008 e 2009, com indicadores 0,1172; 0,281 e 0,116 respectivamente, sendo que neste último ano verificou-se uma forte recuperação da produtividade no contexto da utilização desses recursos. Em 2007 o resultado foi extremamente negativo, com a destruição de empregos (demissão superior a admissão).
O sistema econômico de Carapebus apresenta coeficientes altos, identificando pouca eficácia na gestão dos recursos, apesar do declínio desse coeficiente ano a ano. Em 2006 esse indicador era 3,466 caindo para 0,938 em 2009.
Em Macaé, pode-se observar uma condição ótima de produtividade dos recursos no período de 2006 a 2008, onde os indicadores foram 0,041; 0,043 e 0,040, portanto uma produtividade superior a de Campos. Porém neste ano, o quadro se inverteu e o mesmo coeficiente subiu para 2,744 caracterizando dificuldades na relação royalties / emprego.
O sistema econômico de Quissamã apresenta forte debilidade no contexto dessa análise. Em 2006 o coeficiente de produtividade dos recursos foi 0,439, no ano seguinte houve destruição de emprego, em 2008 esse coeficiente subiu para 4,044 e em 2009 voltou a ocorrer forte destruição de empregos.
O sistema econômico de São João da Barra, teoricamente, grande beneficiário dos investimentos do complexo portuário do Açu, em 2006 tinha um alto coeficiente da ordem de 2,209, isso quer dizer baixa produtividade dos recursos. Com a chegada do porto em 2007, esse índice caiu para 0,238 melhorando sensivelmente a relação. Em 2008, com o avanço das obras, esse índice caiu ainda mais para 0,109. Neste ano, apesar da avanço das obras, de junho a outubro o saldo de emprego ficou negativo, o que fez com que o índice que relaciona royalties a emprego subisse para 0,208. É importante observar que São João da Barra é a sede de um grande projeto de característica exógena, onde a gestão pública local não exerce nenhuma indução ao investimento privado. De qualquer forma, observa-se que o substancial investimento não confirma os números de empregos divulgados anteriormente pelas partes interessadas.

O gráfico a seguir apresenta a evolução desses índices para os municípios.





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