PIB do Brasil deve cair 1,8% neste ano e crescer 1% em 2016, diz Moody's

ÁLVARO CAMPOS E SÉRGIO CALDAS - O ESTADO DE S. PAULO
16 Julho 2015 | 10h 55

Agência de classificação de risco afirmou em relatório que a atividade econômica fraca continuará sendo um desafio para as empresas brasileiras pelo menos até meados de 2016.

SÃO PAULO - Em meio à visita de sua equipe ao Brasil, para analisar o rating soberano do País, a agência de classificação de risco Moody's divulgou relatório no qual afirma que a atividade econômica fraca continuará sendo um desafio para as empresas brasileiras pelo menos até meados de 2016. No texto, a Moody's diz que o PIB brasileiro deve recuar 1,8% este ano, em meio a incertezas políticas, inflação elevada e deterioração na confiança dos investidores. Já para 2016 é esperado um crescimento de 1%.

"A economia do Brasil encolheu 1,6% no primeiro trimestre de 2015, comparado com o mesmo período do ano anterior - pior do que a queda de 0,2% no quarto trimestre do ano passado", diz no documento o vice-presidente e analista sênior da Moody's, Marcos Schimdt. "As investigações de corrupção têm limitado significativamente a economia brasileira, pesando sobre os setores de construção e energia, com efeitos de contágio nas indústrias de aço e materiais de construção", acrescenta.

A Moody's afirma que a operação Lava Jato, da Polícia Federal, tem deixado os investidores cautelosos sobre as empresas brasileiras não financeiras, limitando o acesso dessas companhias aos mercados globais de dívida. Além disso, a confiança de empresas e famílias tem se deteriorado, em função do aumento no endividamento dos consumidores, altas taxas de juros, crescente inflação e desemprego. A agência diz que os consumidores brasileiros cortaram gastos em bens duráveis e mesmo em itens não discricionários, como produtos farmacêuticos.

Schmidt aponta que as fracas condições econômicas e a reduzida demanda de passageiros vai limitar o crescimento da receita e das margens para as companhias aéreas brasileiras pelo menos até meados de 2016. O mesmo deve acontecer com as empresas de telecomunicação, com queda na base de consumidores e nas receitas, enquanto as mineradoras sofrem com a demanda global frágil e os preços baixos do minério de ferro e outros metais básicos.


Já as fabricantes de celulose devem se beneficiar da queda do real. Ainda assim, a inflação, o desemprego e a retração na confiança dos consumidores deve impedir que essas empresas elevem preços. 

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