Economia da Inovação e Desenvolvimento
O debate sobre o processo de desenvolvimento
ancorado na inovação ou na economia do conhecimento, cujo motor alimentador é o
capital de risco, parece seguir os contornos da visão amparada nos paradigmas
anteriores, ou seja, comercial e industrial. Tais funções, orientadas para um
escopo global, poderiam garantir desenvolvimento para as nações, assim como,
modernamente, creditam tal fato à função de serviços. Até que ponto as
condições praticas de vida no interior das diferentes sociedades seguem essas
trajetórias tão bem concatenadas? Parece que as coisa não caminham dessa maneira
e a desigualdade social no planeta comprova tal fato.
Há de considerar para o prolongamento do
ciclo da economia da inovação um mercado global dinâmico, no que diz respeito,
a renda disponível para a aquisição dos bens inovativos, além da oferta continuada
de crédito de risco para que novos negócios passam ser implementados. Se as
economias tradicionais não alcançarem uma condição favorável a geração de
trabalho e renda para os grupos que não se inserem na economia da inovação, o
mercado global sentirá o definhamento da renda de consumo, cujo reflexo
atingirá a oferta de crédito de risco e, por conseguinte, a própria economia da
inovação. O resultado é uma recessão provocada por elementos do processo dessa
mesma economia.
Essa discussão nos ajuda a entender que as
diferenças entre países e regiões precisam ser consideradas e trabalhadas, de
forma que a atuação dos diversos padrões de evolução dos sistemas econômicos possam
conviver em condição de complementaridade, sem necessariamente, uma se sobrepor
ao outro. Positivamente, essas diferenças acentuam vantagens comparativas aos
ambientes e podem potencializar vantagens competitivas. Infelizmente, em muitos
casos isso não ocorre. Ai está o problema que merece uma boa reflexão.
Acredito que o estoque de conhecimento
existente é capaz de transformar muitos desses
ambientes que estão mergulhados na "armadilha política" que insiste em se fechar na estratégia da
manutenção do Status Quo. O
empoderamento político da sociedade afasta o conhecimento formal da gestão
pública, especialmente nas regiões mais periféricas, fato que incentiva o uso
inadequado dos recursos orçamentários, destrói aspectos culturais e históricos
importantes, alimenta a corrupção e compromete socialmente as gerações.
É essencial a modernização da gestão pública
e o entendimento de que recursos locais ou regionais tangíveis e intangíveis
são o fundamento do trabalho produtivo que Adam Smith elegeu como fator de
desenvolvimento. Não importa o volume da riqueza e sim o incentivo a sua
geração pelo trabalho produtivo, além de sua distribuição. Se houver trabalho
produtivo existe a proteção do emprego, o incentivo ao investimento privado e
garantia da renda da sociedade. Ao contrário, um grande volume de riqueza
gerada de forma concentrada só causa distorções sociais, cujo reflexo é o
aprofundamento da pobreza.
Desta forma é importante pensar a geração e
distribuição de riqueza no espaço dos recursos, assim como, a garantia da
utilização do conhecimento disponível. Essa estratégia não invalida as
iniciativas de regiões mais avançadas que buscam incessantemente o
desenvolvimento de novos negócios baseados em novos conhecimentos.
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