Contribuições para um melhor entendimento sobre o déficit orçamentário dos municípios produtores de petróleo
A
população fluminense merece uma avaliação mais isenta sobre o desequilíbrio
orçamentário dos municípios produtores de petróleo. Aliás, as reclamações vem,
exatamente, desses municípios privilegiados com as rendas extraordinárias da
produção de petróleo na Bacia de Campos. Por que?
Primeiro,
devemos lembrar que a lei de responsabilidade fiscal prega o equilíbrio das
contas públicas nos municípios. Equilíbrio entre receitas e despesas, pressupõe
o não envolvimento com operações de empréstimos. Aliás, o termo é, exatamente,
esse - "empréstimo" - as despesas superam as receitas e o
equilíbrio se dá com a captação de recursos de terceiros que tem um custo - "juros".
Uma outra alternativa de captação de recursos de terceiros é através de emissão
de ações no mercado acionário, nesse caso para empresas de capital aberto. Esta
modalidade não é empréstimo, já que os envolvidos assumem o risco do negócio,
ou seja, se der lucro ganhamos, se der prejuízo perdemos. Os detentores do
capital passam a ser acionistas do negócio. De outra forma, o tratamento é empréstimo,
com contrato, juro e prazo determinado.
Não adianta filosofar! Os título públicos emitidos pelas prefeituras, seja lá
onde for, sofrerão um forte deságio (depreciação do valor original), o que
definirá o custo da operação que será pago pelo devedor. Quanto as receitas de
royalties, são as garantias contratuais.
Quero
frisar não se tratar de oposição a ninguém, é preciso separar os interesses
partidários de questões, estritamente, técnicas. Quando combato o endividamento
público é porque olho os números da execução orçamentária dos municípios à luz
dos cenários da conjuntura econômica. Não resta dúvida sobre a inconsequência,
a falta de planejamento e o avanço das despesas de custeio dos mesmos
municípios. Aliás, mesmo com toda a gastança, observem os indicadores
econômicos desses municípios. Realmente tem algo errado!
Como
solução do problema, a indicação é combinar ações de curto, médio e longo
prazo. No curto prazo, agir como as famílias e as empresas, priorizando e
cortando os gastos que não geram valor para os interessados. No médio e longo
prazo, desenvolver estratégias de aproximação com o setor produtivo e os centro
de conhecimento científico, focando na valorização dos negócios existentes e no
fomento de novos negócios com valor agregado e sustentáveis.
Entendemos
que, somente desta maneira, as despesas atuais podem se ajustar as receitas
reduzidas, em função da retração econômica nacional, enquanto os novos negócios
e os atuais poderão potencializar o emprego, a renda e os tributos, no médio e
longo prazo.
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